Vale do Capão

O paraíso real de uma dimensão paralela!!

HISTÓRIA E CULTURA

O Vale do Capão, situado na Chapada Diamantina, abriga Caeté-Açu, uma vila que surgiu com a descoberta das jazidas de diamante na região e se definiu como fornecedora de alimentos para os garimpeiros e grandes centros.

Hoje o Vale encanta turistas e visitantes com sua exuberante beleza singular e sua energia contagiante.
O artesanato simples, mas encantador, a gastronomia e a hospedagem se tornaram as principais fontes de renda da população local. As delícias típicas produzidas no Vale conquistam a todos pela sua autenticidade. Pratos simples tornam-se inesquecíveis e os pratos sofisticados se tornam únicos.
À cultura local foi acrescentada diversas influências desde a época de sua formação, com a chegada de franceses, portugueses e brasileiros de todos ao cantos do país e imigrantes de todo o mundo. Hoje convivem cerca de 50 nacionalidades no Vale com novas culturas, entretanto mantendo suas festas tradicionais como São Sebastião, São João e o “Caruru” no São Cosme e Damião.

LOCALIZAÇÃO

O Vale do Capão está situado dentro da área do Parque Nacional da Chapada Diamantina, no coração do Estado da Bahia. Distando 470 km a oeste de Salvador, se encontra o paraíso ecológico do vale.
A 1.000 metros de altitude, entre as Serras do Candombá, do lado ocidental, e a Serra da Larguinha e o Morro Branco, do lado oriental, o Vale do Capão ocupa uma área privilegiada na Chapada Diamantina, sendo um local de grandes atrativos turísticos.
O acesso é possível através da BR -242 e da BA -849.

HISTÓRIA

O Vale do Capão no Distrito de Caeté-Açú no município de Palmeiras, surgiu com a descoberta das jazidas de diamante da Chapada Diamantina e cresceu à sombra do desenvolvimento da mineração. O lugarejo, formado na época em sua maioria, por famílias de mineradores, segundo contam alguns moradores, já foi a casa de mais de 200 garimpeiros, apesar de não haver o garimpo dentro do vale.
O Capão sempre foi fornecedor de alimentos para os centros maiores. Durante muitos anos, o vale foi tomado, em quase a sua totalidade, por fazendas de café que era beneficiado com a ajuda das rodas d’água implantadas num rio que, a partir daí, passou a ser chamado de Rio das Rodas. Além do café outros produtos do vale eram a uva e o marmelo. O povo recolhia uma cera que se tira de árvores e servia para fazer discos de vitrola.


A queda do garimpo e a erradicação dos cafezais foi terrível para a região e posteriormente, o Vale virou refúgio de pessoas provenientes de todos os lugares do Brasil, que por ali passaram e se encantaram com a beleza e energia do lugar, além de um dos locais turísticos mais visitados da Chapada Diamantina.


O Distrito de Caeté-Açú abriga o Vale do Capão no município, de Palmeiras. Sua história está intimamente ligada a esse Município, que tem grande influência na região, não só política, mas também cultural e econômica, por ser ponte de ligação entre o Vale e os grandes centros.


Nos anos de 1815 a 1819, um poderoso senhor de terras e escravos da época das províncias, o Sargento-mor Francisco José da Rocha Medrado, formou uma grande fazenda de café que foi “batizada” de Fazenda Palmeiras. Naquela época, a fazenda se resumia a uma estrada que dava acesso à Lençóis, onde moravam poucos trabalhadores que se dedicavam à lavoura.


Com a descoberta e crescimento do garimpo de diamantes na região, a Fazenda Palmeiras foi crescendo e se transformando num arraial com casas simples, de enchimento sem reboco e cobertas com palha e cavacos. Quando se descobriu as jazidas em Lençóis, os garimpeiros foram se espalhando pela região em busca de diamantes e carbonatos, fazendo surgir diversos povoados, inclusive em Palmeiras, como é o caso dos povoados de Lavrinha, Serra Negra, Tijuco e Lajedinho. Em 1864, o lugarejo, conhecido como Arraial das Palmeiras, já atraía e acolhia garimpeiros das Lavras de Lençóis e Andaraí.
Em 23 de dezembro de 1890, Palmeiras é elevada à categoria de vila. Com o território separado de Lençóis, em 15 de janeiro de 1891, inaugura-se o novo município: Vila Bela de Palmeiras.
Palmeiras se tornou, a partir desse momento, um centro que atraíam famílias de Minas Gerais, Rio de Janeiro e São Paulo e de outros locais da Bahia, franceses, como é o caso da família Cathalat, e descendentes de portugueses das famílias Menezes e Pina. Até meado de século XIX, os donos de terras e escravos, a exemplo dos milionários Benedito Chagas e Major Cândido José da Silva Leão, exerciam imenso poder da região, sobre tudo e todos, de modo que nada era feito sem os seus consentimentos. Com a chegada dessas famílias, que construíram imensos casarões existentes até hoje, formando a beleza arquitetônica do estilo barroco de Palmeiras, também introduziram seus costumes, tradições, crenças e linguagens, que foram sendo incorporados à cultura local, provocando uma mudança considerável.


No auge da mineração, o cotidiano da cidade era iluminado pelo luxo e riqueza que ostentavam os moradores. A moda européia vestia a alta sociedade e o uso de gravatas era obrigatório para todos, independente da ocasião.
A vida noturna era bem movimentada, com cinema mudo ao ar livre, bales na prefeitura e nas residências mais luxuosas, forrós e as animadas festas nos botequins.

Em 13 de dezembro de 1930, a Vila de Palmeiras chega à condição de cidade, tendo nome simplificado para Palmeiras.

O declino da mineração, entre 1951 e 1952, com a ascensão da produção de cristal, provocou um êxodo em massa para o Estado de São Paulo.
A economia do Vale do Capão, a partir daí, também entrou em declínio por não ter mais a mineração como suporte. No final da década de 70 e início da de 80, o Vale se tornou um ponto de encontro de pessoas alternativas proveniente de vários estados do Brasil e também do exterior. Nessa mesma época, algumas pessoas fundaram comunidades alternativas que têm como princípio a convivência em grupo, o naturismo, e o espiritualismo.

Hoje, o Vale do Capão é um importante ponto turístico da Chapada Diamantina, onde centenas de pessoas praticam o turismo ecológico.